sábado, 12 de junho de 2010

Ecstasy




Tudo parecia estar prester a sair do previsto. Ou apenas era minha ansiedade. O céu estava escuro, mas meia cidade estava no mesmo local. As luzes dos postes clareavam nossos rostos, e as vozes de todos se entrelaçavam em um único cântico excitado. Enquanto todos conversavam sobre a vida e suas experiencias promissoras, eu a procurava entre as várias faces que ali estavam. Eram tantas, mas nenhuma delas era a que eu gostaria de encontrar. Fiquei investigando atenta cada pé que saia dos táxis, confesso que nesse momento meus óculos já não ajudavam como deveria, porém mesmo assim, continuei.
O calor estava terrivel no lado de fora, mas minha ansiedade é que me fazia suar. Entre as pernas que estavam na fila, uma delas era de um corpo familiar, que me disse que quem eu queria encontrar já estava lá dentro. Pronto. Eu precisava entrar. Enfrentei um tumulto na porta, furei fila; eu sou contra, mas nesse caso me tornei cegamente à favor, podem me chamar de hipocrita ou oportunista, sei lá, só sei que minha saudade crescia, e antes que explodisse eu precisava matá-la, há tempos que já não sou tão altruista.
Assim que entrei fui para o local marcado. Lá estava ela, linda! O ar me faltou assim que a avistei. Fiquei ali parada, de longe, olhando, estudando, sou uma ótima espectadora quando preciso. Mas ok! Me faltou coragem confesso, medo, não sei explicar, só sei que fiquei fazendo hora com um amigo, só para ver se ela reparava em mim, mas ela estava de costas! Eu sou uma idiota! Enfim. Eu estava absurdamente feliz, eu tinha feito as pazes com uma grande amiga, que me fazia falta, fazia tempo que eu não saia com todos os meus amigos juntos. Mas minha timidez é cruel as vezes. Me proximei dela, mas mal consigui falar uma frase. Já que ela estava acompanhada, conversando com outra pessoa. Resolvi não incomodar.
A noite foi fluindo, enfim criei coragem e fui falar com ela. Nossa, como posso ficar tão eufórica por causa de alguém?
Não demorou muito eu a abracei, mas foi ela quem me beijou primeiro, é que quando estou perto, eu simplesmente perco meus sentidos, me sinto uma criança descobrindo o que é paixão. Dancei como a muito tempo eu não dançava, senti tanta vergonha que tentava descontar aos goles. Apenas uma dose de tequila. E o desfecho não poderia ser melhor... Senti que estava saindo do meu corpo, e algo dentro de mim tinha esperança de que por algum motivo inexplicável o tempo podesse parar, entre nós ele parava, e já não existia mais ninguém, apenas nossos lábios buscando um encaixe perfeito. Felicidade é pouco, não sei o que estava sentindo àquela altura.
Agora a saudade volta a ser cruel. E será.
Até o momento em que você puder de novo me libertar!

Um comentário:

  1. nervoso é coisa louca que toma conta de nós, alguém pergunta: ei tu viste aquilo que passou na tv? e tu só consegues dizer: aham, tá tá.

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