sábado, 28 de fevereiro de 2009

Pequenos Prazeres


Existem pessoas que precisam de muito para se satisfazer, muitas destas ficam felizes com um Rolex, uma bolsa Prada, uma viagem à Europa ou um carro, outras acham que satisfação se encontra na cama ou sobre uma mesa qualquer. Não sei por que, mas sempre fui diferente, sempre me senti diferente, como o patinho feio da historia infantil; que nem é tão infantil assim se você parar pra analisar. Me sentia muito mais feliz em me jogar na grama e olhar o céu do que brincar de “modelo” com minhas primas.

 

 Sim, eu sou atípica!

 

Me sinto feliz em ficar no sofá olhando as imperfeições da parede ou o pó sobre os móveis, passo horas olhando o forro do meu quarto, analisando cada vão, cada teia de aranha que se formou devido meu descuido.

 

Se felicidade for ter algo caro, não quero ser feliz.

 

Gosto de me imaginar em certas situações, que se repetem na minha cabeça desde minha infância. Em uma delas eu simplesmente encontro alguém igual a mim... Alguém pra sentir esses pequenos prazeres comigo, e esperar as primeiras gotas de chuva caírem sobre nossas testas.


Eu quero ser feliz com a simplicidade das coisas, com a humanidade das pessoas e me afogar na realidade dos meus sonhos.



sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Afrodite


Não me venha falar de moralidade

Quero ser um poço cheio de desejos

Transbordando o que há de melhor

Perder-me no gosto de um beijo

E sentir o vento, o rosto me tocar

 

Quero nascer da fecundação do amor com o mar

Tornar-me Afrodite em noites de luar

Talvez de mim nasça o amor real

Sem as mentiras que vejo nos murais

Estampadas em capas de revistas

Satisfazendo amores tão banais

 

E que tenham de minha memória

A imagem de quem viveu apaixonadamente

Que sofreu romanticamente

Mas que enfim... Não morreu!

Como deusa de um Olimpo que nunca se perdeu!

 

foto:  rê caraih

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Todo carnaval tem seu fim...



Brasil, terra do samba, país do carnaval! É aqui que as raças se misturam; brancos, negros, mulatos, orientais, europeus... E todo ano é do mesmo jeito, o país pára pra “ver a banda passar”, na verdade para ver o Trio passar! Milhares de pessoas chegam ao país do futebol para curtirem as praias paradisíacas, pular ao som do Axé baiano ou do samba carioca, e ver as escolas de sambas se dissiparem na Praça da Apoteose.


É! Tem quem goste... Eu particularmente não gosto. Sou brasileira, carioca e a festa não me atrai. Sinceramente não vejo muita coisa em um monte de pessoas pulando atrás de um trio, suando e ficando porres, enquanto um monte de homens dão em cima, como cachorros no cio. Ok, não posso negar, nasci em novembro, possivelmente fui concebida após algum baile de carnaval enquanto meus pais ainda estavam “felizes demais”. Mas nem todo brasileiro é obrigado a gostar.


Economia. Sim, a maior festa profana de um dos maiores países católicos do mundo, faz render milhões aos cofres nacionais, principalmente ao turismo, e não só a diversão natural, mas a sexual também... Sabe como é, daqui a nove meses serão milhares de crianças nascendo sem pais ou sem mães!


E o que eu fiz nesse carnaval? Bem, fiquei escrevendo e assistindo filmes. Pra mim isso é diversão saudável física e intelectual. Só senti falta dos meus amigos...


Mas todo carnaval tem seu fim... Até o começo do próximo!


foto: rê caraih

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Um pote vazio


Era o ultimo fio de esperança que se encontrava em seu coração, ela sorriu e continuou a seguir firmemente seu caminho, como se nada pudesse atingi-la. A chuva densa pairava sobre a cidade. Cada gota que caia sobre sua pele, levava embora um pedaço de sua história, como água sobre um papel escrito a tinta...  O rio estava cheio, a água batia nas rochas, e tudo que podia se ver no horizonte era a escuridão possuindo a noite clara que a lua teimava a desenhar, e que a chuva apagava lentamente.


Doce temporal de lembranças, a transformando aos poucos em um pote vazio. “Mas não quero ser um pedaço de carne sem vida”. Ela lutava com veemência contra sua própria mente, com uma parte sua que relutava em desacreditar. Todo dia era batalha constante, e toda batalha era início e meio de uma guerra que desconhecia o fim.


Medo de que? De quem?


Medo de trilhar um caminho que já sabia de cor, e que agora simplesmente temia dar passos errados. Creio que isso acontece quando tememos perder algo de extremo valor. Mas não podia deixar escapar por entre os dedos. 


Sentou-se ela no meio fio, baixou a cabeça, e deixou que a água levasse todas as suas antigas lembranças, que lhe afogavam constantemente.


Você deixará se transformar em um pote vazio?


Não... Ela apenas vai reescrever sua história!


foto: rê caraih

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Mais uma de amor...


Hoje eu queria ser o céu...
E te dar um arco irís com todas as cores do mundo.
Pra saber que tudo, pode realmente ser seu!
Hoje eu queria ser o abraço apertado que um dia eu te dei.
Hoje eu queria ser as doces palavras...
Que meu coração não tem coragem de dizer
E hoje eu só queria dizer...
Sim!
Eu me apaixonei por você!


quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

...


Eu gosto do seu cheiro

Eu gosto da sua voz

E gosto das coisas que ouço de sua boca

Eu gosto de cada pequena parte de felicidade

Que você envia pra dentro de mim

 

Eu gosto das borboletas que você

Pôs na minha barriga

Eu gosto do tremor suave que sinto ao te sentir

Talvez tudo isso se acabe

Tudo isso se perca

Talvez eu não tenha coragem pra dizer

Que você me encantou por ser você mesma

 

Mas como covarde que eu sou

Talvez eu deixe que isso tudo

Desapareça!



terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Camilla



Em um vaso plantei-me

Meus pés cravados na terra

E no correr do tempo, nascia a mais bela

Flor, que da vida espera

 

Minhas folhas escritas de tinta verde bandeira

Na luz acesa vela oculta

Lia a poesia singela e muda

Do amor que ali nascia

 

Mas se para regar a rosa pálida da pureza

For necessário minhas lágrimas

Darei-te a flor negando minhas feridas

 

Que de profundas mortificam minha alma

Mas que desaparecem

Ao sentir no seu olhar o arder do dia


foto: rê caraih

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Minha Senhora que Minh'alma roubaste


Minha Senhora que Minh’alma roubaste

Devolvas a mim, o que de mim retiraste

Roubastes a minha alma e o meu coração

Levastes o meu amor, a minha própria paixão

 

Minha Donzela até os meus olhos são teus

A minha boca e o meu pecado

O meu futuro e o meu passado

E nem o presente mas agora é  meu

 

É tão lindo o néctar que brota de tua boca

São tão lindos os teus olhos, janela do teu corpo

Que me apaixonei sem querer

 

E se minha paixão for deverás louca

Não importa o que eu sentiria

Se por um momento eu pudesse te ter.

 


foto: rê caraih

P.S.: Embora eu tenha escrito esse soneto há mais de 4 anos, creio que ele voltou a ser recente dentro do meu coração.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009



Não estamos aqui para brincar
Brincar de sociedade
Brincar de Burguesia
Brincar de Operário!

Não estamos aqui para pedir
Pedir vulgaridade
Pedir hipocrisia
Pedir para ser ordinário!

Mas pedimos, no entanto
Para você, a liberdade
Para você, sabedoria
Para você, um mundo igualitário!

foto:rê caraih

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Metade de mim...



Metade de mim é amor... A outra metade está aprendendo a amar. 

Não que eu não saiba amar, mas parte de mim ainda se mantem escondida, enrolada em lençóis brancos, abraçada com um travesseiro, olhando o teto do quarto. Eu não fantasio mais... Quero estar altamente sóbria e sã quando esse sentimento bater novamente a minha porta! Quero estar com os pés no chão e a cabeça sobre meu pescoço, segurar sua mão e me sentir segura, não por estar com alguém, mas por sentir que esse alguém quer estar comigo.

Metade de mim sonha... A outra metade quer se manter acordada.

Embora muita vezes ela caia no mesmo “erro(?)” da outra parte que me compõe, não que sonhar seja ruim, mas as vezes esse ato cria um véu que nos torna incapazes de enxergar onde pisamos. Então prefiro deixar um lado de mim atento a trilha que percorro insistentemente.

Metade de mim é criança... A outra metade tenta não se corromper.

Quem dera eu poder olhar o mundo sempre com os olhos puros e serenos de uma criança. De poder enxergar todas as cores, vivas e marcantes, de não me deixar cega ou talvez ver tudo em tons de cinza... Em um mundo “preto e branco”, prefiro gastar todos os meus lápis de cor...



domingo, 8 de fevereiro de 2009


Eu sou uma contradição
nada do que vc possa sonhar
alguém que foge quase todas as regras
alguém que vê poesia na paz e até mesmo nas guerras

Eu sou muito mais do que eu mesma sei
posso me ver refletida no espelho
e saber que até no fundo de meus olhos
ainda se encontra algum novo desejo

E no meu doce beijo que você um dia prove
sinta o gosto e o sabor de uma breve sorte
água de rio que nunca envelhece

E ainda agarro o tempo pra suspirar minhas incertezas
e lhe dizer "eu te amo" e "adeus" com mais clareza
Lua que nunca é muda depois que anoitece



foto: rê caraih

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

À sete palmos


O que nos torna humanos?

Será que é a capacidade de errar… e… errar novamente?

Parece que o erro está no nosso caminho tanto quanto o acerto nas apostas.

Passei muito tempo da minha vida procurando por marcas de um passado e pistas do meu destino, como se minha vida toda fosse um imenso quebra-cabeças, onde cada pessoa, cada sentimento, cada perda e cada vitória são peças que podem ser encaixadas em alguma parte. Algumas peças são realmente difíceis de serem encaixadas, e parece que algumas delas se encaixam em vários lugares com perfeição. Não gosto de matemática, e nunca gostei, creio que nunca irei gostar e tão pouco sinto vontade de ganhar apresso por essa ciência ou linguagem, mas não vou dizer que não me chama atenção, até mesmo por que às vezes a vida parece uma grande equação, esperando para ser desenvolvida, e assim encontrar uma resposta coerente para tantas perguntas. Não estou aqui escrevendo uma tese psicossocial ou seja lá o que vocês quiserem denominar, alias, nem sei se irão ler isso, por que não sou e nunca fui uma boa escritora, apenas faço isso para me desestressar. E digo! O motivo de eu estar escrevendo nesse momento é o fato de que nos últimos três meses de minha vida vazia e burguesa, minha cabeça ganhou mais perguntas do que respostas. Descobri muitas coisas sobre mim e sobre esse mundo caótico em que vivemos.

Posso estar errada em certas conclusões minhas, mas se estão erradas ou não, irei descobrir quando colocá-las em prática, certamente irei quebrar a minha cara e irei chorar como das outras vezes, irei guardar coisas que me lembram situações, momentos e pessoas, e quando eu achar que tudo está perdido, irei ouvir Ironic e uma das frases dessa música de Alanis Morissette é : “And life has a funny way of helping you out when
You think everything’s gone wrong and everthing blows up
In your face
”, e essa frase irá me dar mais forças para continuar minha jornada.

Que jornada é essa?

Por onde devo ir?

Ahhh meus amigos… Isso não sei e existem poucas coisas de que tenho certeza nesse mundo, e algumas delas são: que minha ortografia não é uma das melhores, que eu não sou tão bonita quanto a minha mãe fala e que um dia meu corpo será apenas um pedaço de carne podre, à 7 palmos.


foto: rê caraih