terça-feira, 9 de junho de 2015

Chegará o dia...

Chegará o dia em que nossos corações já não sentirão dor.
Chegará o dia onde saberemos cada um de nossos erros.
Chagará o dia em que olharemos nossos reflexos e saberemos quem realmente somos.
Chegará o dia que perceberemos que sentir medo faz parte da vida, e cabe a nós enfrenta-lo.
Chegará o dia onde nossas costas sentirão o peso de nossas escolhas.
Chegará o dia que em nossas mãos poderemos ver as marcas do tempo.
Chegará o dia em que olharemos para trás com pesar.
Chegará o dia em que nos arrependeremos de não tentar.
Chegará o dia em que lembraremos de "nós"
Chegará o dia em que sentiremos saudade
Chegará o dia que nos perguntaremos se realmente tivemos liberdade
Chegará o dia que sonharemos juntas, mesmo distante.
Chegará o dia que nossas almas se encontrarão
Chegará o dia que aprenderemos o verdadeiro significado da palavra "Perdão"
Chegará o dia que poderemos nos reencontrar.
Chegará o dia que finalmente seremos felizes,
Sem medo de amar.

Por toda a eternidade.


para V.

sexta-feira, 5 de junho de 2015

Derrama



Amor não devia doer. Mas dói.

Por que amar outra pessoa dói tanto?

Quando eu a conheci já não acreditava que poderia amar novamente. Aliás, são anos de paixões e amores frustrados. Anos amando demais.


Meus pais sempre me ensinaram a amar, mas não aquele amor raso e superficial, meus pais são pessoas profundas, daquelas que de tão profundas chegam a transbordar. E transbordam, amor, bondade, compaixão. Foi assim que fui criada. Falando "Eu te amo" todos os dias. Atualmente ninguém costuma falar tanto essa curta e maravilhosa frase, e antes de conhece-la, há muito já não falava.


Desde que saí da casa de meus pais percebi que fui perdendo o que havia de melhor em mim, fui me tornando alguém que mesmo de longe, jamais gostaria de ser. A vida nos transforma, infelizmente ela me conheceu em um momento difícil, no momento onde eu menos era eu, no momento onde a vida mais tirou eu de mim mesma e deixou somente uma sombra tênue do que um dia fui e de que me orgulhara de ser.


Até os 25 anos eu tinha tudo. Nunca fui rica, mas nada me faltou. Escolhi sair da casa de meus pais por acreditar ser mimada demais, sou filha caçula, sim, era mimada. Escolhi aprender a crescer de verdade e sabia que não faria isso morando com eles. Ainda lembro da conversa que tive com meu pai e disse que precisava crescer, e essa era uma lição que teria que aprender sozinha. Foi assim que mudei de estado, tudo o que tinha eram 200 reais no bolso, mas consegui me virar. Nunca foi fácil, talvez nunca será.

Com o passar do tempo e várias sessões de terapia para tentar suportar as dificuldades, percebi que ao contrário do que eu tinha aprendido minha vida toda, a grande maioria das pessoas eram rasas demais e infelizmente elas não podiam mergulhar tão fundo em pessoas profundas. Naquele momento eu transbordava. Como sempre transbordei.

Quando conheci ela pensei ter encontrado alguém tão profunda quanto eu. Mas não. Algumas pessoas não enxergam além das outras, se prendem a coisas superficiais. naquele momento em que você acha que ela está olhando no fundo de seus olhos, ela está somente tentando enxergar o seu próprio reflexo.

Isso dói.

Quando a conheci, mesmo não sendo quem eu queria ser ou quem eu era, voltei a dizer "Eu te amo" todos os dias, por que apesar de ter medo, amar ela era a coisa mais maravilhosa que tinha me acontecido.

Não sei por que estou escrevendo esse texto, talvez por que, além de meus olhos, minha alma continua transbordando. Mesmo que ela vá me fazer falta, por um segundo ou pela eternidade, eu vou continuar transbordando.

Talvez pessoas rasas jamais poderão entender. Mas pessoas profundas quando amam, transbordam, que chega a derramar!



Não Vale A Pena
Maria Rita


Tudo aquilo, nada disso
Sobrou meu velho vício de sonhar
Pular de precipício em precipício
Ossos do ofício
Pagar pra ver o invisível
E depois enxergar
Mas você não vale a pena
Não vale uma fisgada dessa dor

Não cabe como rima de um poema
De tão pequeno
Mas vai e vem e envenena
E me condena ao rancor
De repente, cai o nível
E eu me sinto uma imbecil
Repetindo, repetindo, repetindo
Como num disco riscado
O velho texto batido
Dos amantes mal-amados
Dos amores mal-vividos
E o terror de ser deixada
Cutucando, relembrando, reabrindo
A mesma velha ferida
E é pra não ter recaída
Que não me deixo esquecer
Mas você não vale a pena
Ficou difícil
Que é uma pena
Que é uma pena