terça-feira, 29 de junho de 2010

Carbono


"Minha vida é um livro aberto cheia de páginas viradas."
Essa frase consegue descrever quase que completamente quem sou eu. Não tenho vergonha de dizer que já tive muitos amores, como diz Florbela Espanca "Quem disser que pode amar alguém durante a vida inteira é porque mente." Ainda não vivi minha vida inteira, mas até agora não amei alguém 'Pra Sempre'. Sou cheia de paixões, mas quero deixar bem claro que são todas bem resolvidas. Sou alguém realmente intensa, gosto muito rápido, mas quando não vejo reciprocidade, desgosto mais rápido ainda! Geralmente não só viro a página, como a rasgo e jogo fora, pra não correr o risco de tentar voltar alguns capítulos.
Confesso que as pessoas me rotulam. Mas sou tão diferente do que se supõe, que as vezes sou misteriosa para mim mesma. Até me olhando no espelho eu tento me decifrar. Não sou bipolar, somente sustento meu humor por poucos segundos, as vezes estou bufando de raiva e no minuto seguinte estou profundamente calma. Já me falaram que sou uma boa pessoa, que perdou fácil. "Não é bem assim meu querido!" Não é que eu perdoe fácil, somente apago as pessoas da minha vida quando é preciso. Cruel né? Não acho. Mas cruel seria se eu me deixasse machucar sempre, e sempre, e sempre... Não é que eu continue sentindo raiva também, somente não sinto nada. Nada mesmo, nem desprezo, só um nada, um vazio, que nem eu mesma sei explicar.
Mas algumas pessoas se fazem presentes, mesmo eu rasgando, eu ateando fogo nas páginas manchadas de tinta. Algumas pessoas usam papel Carbono!

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Par Moi Memê




Ultimamente não sei muito bem sobre o que escrever, há tanta coisa acontecendo comigo, minha vida mudou completamente de um mês pra cá, quando decidir finalmente viver a minha vida, e não a de outra pessoa. Por mais que a gente ame alguém, por mais que doa, chega uma hora que é preciso dizer "adeus", quando estamos apaixonados é como se estivéssimos no ar, voando, certo? Errado! Como podemos voar sem poder bater as asas? Era assim que eu me sentia há um mês atrás. Um pássaro que não batia suas asas, que olhava o horizonte e tinha medo de alçar vôo. Mas tudo mudou quando o meu tio morreu. Hoje faz exatamente um mês que isso aconteceu. Naquele dia eu entendi tudo o que precisava entender naquele momento. Meu sofrimento não era nada. Nada. E muito menos eu. Sabe aquela pessoa que sempre te incentiva, por mais que saiba que possa dar errado? Pois é. Ele era assim. E o que sou hoje, parte de mim, veio dele. Quando vi meu tio enrolado em um pano marrom, morto, frio, decidi que iria fazer algo por mim mesma, me recusei a chorar por banalidades, não que o amor seja uma, mas se deixar abater por um falso amor que te deram de presente, presente de grego posso dizer. Naquele exato dia 24 de maio eu senti que mudaria para sempre. E mudei. Antes eu falava pelo cotovelos, hoje prefiro observar. Pode até dizer que hoje sou fria e calculista, mas descobri ao longo dos meus quase 24 anos, que somente os fortes sobrevivem, percebi que isso não era apenas uma forma romântica que Darwin criou para explicar as desigualdades.
Ser forte. É o que a maioria das pessoas gostariam de ser, e a grande maioria que diz ser, finge, assim como eu. Sabe aquela história de que uma mentira, quando muitas vezes contada se torna verdade? Minto para mim todos os dias, com a esperança de que se torne real. Já acreditei em tantas mentiras, que mais uma não irá fazer a menor diferença, principalmente uma contada de mim, para eu mesma!

quarta-feira, 16 de junho de 2010

dreaming my dreams







As vezes tenho sonhos, me transporto ausente de mim mesma, me deixo virar energia, luz, cor... Apenas alma, somente e nada mais.







p.s. desenho que fiz com nanquin e aquarela.

Narbe


amor não dói
não machuca
não fere
nem oculta
Amor não destroi
nem insulta
não é egoista
ou violento
Amor não mente
não omite
não desmente
nem transgride
Amor não teme
Amor não some
Amor é fome
de amor
Amor não adoece
não entristece
não abandona
Amor não nasce na cama


terça-feira, 15 de junho de 2010




Algumas pessoas nascem para ser algo, ser uma médica para salvar vidas, um cientista para descobrir a cura de alguma doença letal, um grande pintor, talvez um bom músico. E algumas pessoas somente nascem. Não irei dizer que a grande maioria somente nasceu, por que tem pessoas desconhecidas que realmente fazem a diferença, como muitos professores de escolas públicas, que só faltam dar o próprio sangue pra melhorar a educação, infelizmente tem alguns que acabam dando literalmente, resultado desse caos que se chama Brasil. E a culpa é de quem afinal? Enfim, sei que estamos em época de eleição, mas não irei falar da Politicagem, por que não dá pra chamar o que temos de "Política". Mas voltando ao assunto, eu não sei se nasci para ser algo ou alguém, sou tão coberta de sonhos que é dificil olhar só para um deles, muitas vezes tento ser mais realista, chegando a beirar o ceticismo, mas não sei não, também acho que não nasci para ser tão racional.
As vezes acho que sou tão cheia de "talentos" que não tenho nenhum. Tento escrever, tento pintar, tento ser uma boa designer, tento compor, tento tocar bem bateria, tento tocar violão, tento ser uma boa filha (existe vocação para boa filha?!), tento amar... porém entre tantas tentativas a que mais me frustra é quando tento ser amada... haha... Mas quem nunca se frustrou com isso né?
As vezes tenho quase certeza que quando acho que estou perdida na verdade já me encontrei há tempos. Isso é bem provável. Pior são aqueles que passam a vida toda sem nem ao menos tentar saber para o que nasceu, ou para quem... Esses na verdade não nasceram, por que na verdade, nunca viveram!


segunda-feira, 14 de junho de 2010

Garçom me dê um litro de... Amizade!



Quem costuma passar por aqui, seja para dar uns goles ou se embriagar com as coisas que escrevo
, já deve ter percebido que o layout mudou, meus amigos costumam dizer que vivo mudando a aparecia do blog, é que ele reflete o meu estado de espírito, e o boteco tava meio que jogado as traças, assim como eu. Textos tristes, bebidas quentes e amargas, as mulheres dos cartazes não estavam tão sensuais, porém já faz um tempo que venho renovando o estoque. Pra comemorar com os amigos é melhor um chopp bem geladinho e tira gosto, claro!
Meus dias já estão mais coloridos, seja por motivos profissionais quanto pessoais, vocês já devem ter notado. Alias esse blog é muito pessoal. Eu gostaria de agradecer a algumas pessoas. A Giovana, do blog Felicidade Clandestina, pois ela está sendo fundamental nesse momento, a minha amiga Nique, do blog Hi Folk!, que me fez muiiiita falta durante três meses quase quatro, ao Rapha, Kath, Donatinho e ao Cah, meu parceiro de trabalhos.
Agora que já esclareci as coisas, esperem algo a mais nesse boteco, além da velha Bossa e do Rock 'n Roll, esperem também algumas rodinhas de Sampa de Raiz pra animar.


sábado, 12 de junho de 2010

Ecstasy




Tudo parecia estar prester a sair do previsto. Ou apenas era minha ansiedade. O céu estava escuro, mas meia cidade estava no mesmo local. As luzes dos postes clareavam nossos rostos, e as vozes de todos se entrelaçavam em um único cântico excitado. Enquanto todos conversavam sobre a vida e suas experiencias promissoras, eu a procurava entre as várias faces que ali estavam. Eram tantas, mas nenhuma delas era a que eu gostaria de encontrar. Fiquei investigando atenta cada pé que saia dos táxis, confesso que nesse momento meus óculos já não ajudavam como deveria, porém mesmo assim, continuei.
O calor estava terrivel no lado de fora, mas minha ansiedade é que me fazia suar. Entre as pernas que estavam na fila, uma delas era de um corpo familiar, que me disse que quem eu queria encontrar já estava lá dentro. Pronto. Eu precisava entrar. Enfrentei um tumulto na porta, furei fila; eu sou contra, mas nesse caso me tornei cegamente à favor, podem me chamar de hipocrita ou oportunista, sei lá, só sei que minha saudade crescia, e antes que explodisse eu precisava matá-la, há tempos que já não sou tão altruista.
Assim que entrei fui para o local marcado. Lá estava ela, linda! O ar me faltou assim que a avistei. Fiquei ali parada, de longe, olhando, estudando, sou uma ótima espectadora quando preciso. Mas ok! Me faltou coragem confesso, medo, não sei explicar, só sei que fiquei fazendo hora com um amigo, só para ver se ela reparava em mim, mas ela estava de costas! Eu sou uma idiota! Enfim. Eu estava absurdamente feliz, eu tinha feito as pazes com uma grande amiga, que me fazia falta, fazia tempo que eu não saia com todos os meus amigos juntos. Mas minha timidez é cruel as vezes. Me proximei dela, mas mal consigui falar uma frase. Já que ela estava acompanhada, conversando com outra pessoa. Resolvi não incomodar.
A noite foi fluindo, enfim criei coragem e fui falar com ela. Nossa, como posso ficar tão eufórica por causa de alguém?
Não demorou muito eu a abracei, mas foi ela quem me beijou primeiro, é que quando estou perto, eu simplesmente perco meus sentidos, me sinto uma criança descobrindo o que é paixão. Dancei como a muito tempo eu não dançava, senti tanta vergonha que tentava descontar aos goles. Apenas uma dose de tequila. E o desfecho não poderia ser melhor... Senti que estava saindo do meu corpo, e algo dentro de mim tinha esperança de que por algum motivo inexplicável o tempo podesse parar, entre nós ele parava, e já não existia mais ninguém, apenas nossos lábios buscando um encaixe perfeito. Felicidade é pouco, não sei o que estava sentindo àquela altura.
Agora a saudade volta a ser cruel. E será.
Até o momento em que você puder de novo me libertar!

terça-feira, 8 de junho de 2010

Acid.



Me entorpeça, me adoce.







Meu Elixir.






Preciso lhe dizer, talvez gritar se preciso, me deste cores, e meu peito encheu de amores que a muito tempo não conseguia sentir. Brandou meu ódio, me deu razão, delineou um horizonte lógico, fez saturar a solidão. Acalme-se. Não tenho máscaras para deixar cair, podes sentir minha pele? Pode sentir meu beijo? Posso lhe fazer sorrir? Pois meu coração por ti ferve, serás minha, pode guardar o que escrevi!
Não a quero por orgulho, quero ter-te por querer-te em demasia, quero ser mais que tua alegria, quero ser o teu amor. Já tens o meu carinho e o meu respeito. Agora. Posso habitar teu peito?


domingo, 6 de junho de 2010

Desconstrução

Arranha-céu
Arranha o céu
Aquele que deixamos cair
Construimos tijolo por tijolo
desistimos de fazê-lo subir
Chegamos ao topo e nos jogamos
Em queda livre
não existe planos
não existimos
E nossas lembranças?
Semelhanças
será que não tivemos?
E a dita Amizade
aquela tal saudade
que um dia escrevos?
Aquele filme engraçado
Aquele nosso amor, mal amado
Aquele calor, suado
Eu já não lembro.
Não lembro do seu cheiro
O que ficava no meu travesseiro
Não vejo mais seus fios de cabelo
Nem sei quais os meus devaneios
Esqueci do teu corpo
do seu beijo
Não lembro do seu gosto
nem do seu jeito
Se me ligasse, outrora
eu sentiria
mas agora
nesta hora
eu não reconheceria
Por que sua voz
já não faz parte do meu dia
E o seu futuro
nunca me pertenceria
Nunca lhe perdi
pois nunca a tive
Mas você
Sim! Me perdeu
Fui uma má escolha?
Uma aventura
Que começou em um banheiro
e terminou na rua
Tão fácil dizer "Eu te amo"
quando estamos nuas
quanto se jogar no chão
Porém "desamar"
Por engano
é atar as próprias mãos
Pode parecer desumano
Com o lápis que você me deu
Escrevo outros planos
E como jogá-lo fora
Se nem ao menos sei quem sou eu?
E o que vou pedir agora
É que me dê
um simples Adeus.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Back To The Future

O filme Back To The Future (De volta para o futuro), é um dos meus filmes favoritos, confesso que o assisto todo mês, não só o primeiro filme da saga, como toda a trilogia, porém sempre gostei mais do segundo filme, que além do mesmo nome se chama “Part II”. Nele nossos heróis Dr. Brown e Marty Mcfly, diferente da primeira parte da história, que nos levou para conhecer nostalgicamente os anos 50; nos leva trinta anos no futuro, para o exato ano de 2015.


O que me chamou atenção foi o fato de estarmos muito perto desse período do filme, já que só faltam apenas mais cinco anos. É bastante interessante a visão que a produção de arte teve do futuro há quase trinta anos atrás. Para eles no ano de 2015 as pessoas iriam se vestir de forma mais colorida e posso assim dizer “Retrô”. Foi ai que comecei a comparar com nosso momento atual, não sou nenhuma especialista em moda, apesar de apreciar muito, mas estamos cada dia mais coloridos, futuristas e procurando inspiração nas décadas passadas, principalmente na década de oitenta.


moda retrô em 2015 no filme Back to the future


O filme também retrata qual seria o futuro do cinema, citando o filme Tubarão de Spielberg, que foi um dos produtores de Back To The Future, é ai que nos deparamos com o cinema 3D, não tão avançado quanto ao que já temos em termos de realismo.




cinema 3D


Em uma das cenas que se passa na casa futurista de Mcfly, seu filho assiste simultaneamente vários canais em uma enorme Tv de LCD, que fica na parede da sala como se fosse um quadro. Interessante a semelhança com nossa tecnologia “popular” atual.


Tv LCD na casa dos Mcfly


Durante décadas os fãs da trilogia se perguntaram se realmente existia o tão desejado HoverBoard, o skate flutuante que Marty usa para fugir de Biff. Durante o lançamento do filme, a produção usou o marketing de que “SIM! ELE EXISTE”, porém apenas 25 anos após o lançamento do primeiro filme, o HB foi criado por um designer. Ele ainda não consegue suportar o peso de uma pessoa, mas quem sabe em 2015 isso seja uma realidade.



cena do filme Back to the future part II



imagem do hover board criado em 2010




terça-feira, 1 de junho de 2010

Não me deixe desbotar

Não me deixe desbotar
Assim sem palavras
Sem cores
Sem pincel pra me pintar
Como se a vida fosse em preto e branco
Como se todas as feridas fossem vermelho sangue
Como se nossos dias acabassem ao amarelar

Não me deixe ser um quadro vazio
Sem linhas
Traços para me mostrar
Sem aquele seu toque delicado
A me carinhar
Como se nossas vozes calassem ao gritar
E o som não podesse ecoar