quarta-feira, 27 de outubro de 2010

2.0



Visto que as relações sociais estão cada vez mais virando "relações digitais", estava eu pensando se isso nos torna cada vez mais seres patéticamente acomodados. Parando para analizar, e fazendo uma ponte com a trilogia de filmes Matrix, que é altamente inteligente (isso se você costuma ler algo além dos tweets), nos introduz à uma realidade forçada, imposta por nós mesmos, por nossa preguiça e falta de bom senso. Segundo a história contada no filme, passavamos por uma espécie de frenesi coletivo, nos glorificando por toda tecnologia que criamos, e por todas as coisas "banais" que não precisávamos mais fazer, e assim, criamos os andróides "a nossa própria imagem e semelhança", soa até irônico não é?
Conheço pessoas que ficam conectadas mais de 10 horas por dia, aliás, eu sou uma delas, é que além de trabalhar com internet e tecnologia, eu moro longe, então não sobra muito tempo para estar presente nas rodinhas de amigos, faço isso através do Twitter, é lá que passo a maior parte do tempo expelindo opinião, e como uma boa geek, falando sobre nerdices e coisas legais, como star wars, brushes de photoshop, ou sobre uma nova tipografia que criaram. O twitter é uma ferramenta extremamente peculiar, algo que foi criado para melhorar a interação/comunicação dos funcionários de uma empresa, hoje é instrumento de teses de mestrado, dada a sua funcionalidade sócio informacional.
Pude acompanhar a evolução do mundo digital desde meados de 1997, quando descobri uma ferramente chamada internet, naquela época, pouquissimais pessoas tinham computadores em casa com acesso a rede, pra fazer download de uma música ou uma foto que alguém lhe mandava através de seu "Zipmail" ou "ICQ" demorava uma eternidade de algumas horas, não existia msn, hotmail, orkut, facebook, e as poucas salas de bate papo eram habitadas por "gatinhamanhosa_24" ou "rapazcarente_18cm", isso não era muito legal! Principalmente para uma garota de 12 anos recém completos. Porém foram bons tempos de "quer tc?"
Agora, cada vez mais estamos conectados, praticamente tem um computador em cada lar, e em alguns tem até mais, bendita conexão wireless, que fez eu, papai e o meu irmão parar de brigar por causa de internet, cada um tem o seu pc, todo mundo feliz, mas não para por ai. Estamos na era da rede via celular. Então
dificilmente iremos nos desconectar. E sabe qual é o nosso futuro?
Pois é... nem eu... só espero que não nos transformemos em sedentários Obesos, que não andam e se locomovem com cadeiras flutuantes como no filme Wall.e... Quer dizer... Pra isso só falta as cadeiras flutuantes...

terça-feira, 26 de outubro de 2010

20.1.0

Quero um lugar
Quero fugir
Eu quero estar, mas não tão longe daqui.
Quero somente ler um livro bom
E simplesmente descansar
minhas pernas fracas
minha mente gasta.

E se eu pudesse deitar
Minha cabeça no seu ombro
Você poderia me entender?
Você poderia me convencer?
Não me leve a mal
Eu só quero deitar no colo
quero sentir todos os sonhos
vivos dentro de mim.

E agora que posso ser o que quiser
E enfrentar o que vier
Eu quero então dormir
E acordar
Sem me sentir
Sozinha.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

É que não sei mais
E se mais nada sei
Saber se torna dúvida
E essa dúvida me dá certeza

Novos caminhos, traçados e delineados
pela ponta de meus lápis
pela ponta dos meus dedos

Pela tinta que escorrega
Por essa lâmina cega

domingo, 17 de outubro de 2010

Três pontos... final.

E assim acaba a história...
É assim... Sem ponto final, que demos um final para nós.
Prolongamos o infinito, e com mais duas gotas de tinta, deixamos o futuro em aberto.

Três pontos...ponto!


Não pode ser apenas bondade, na verdade percebo que agora te compreendo mais do que nunca, mas do que nunca pensei entender. E me pergunto, se por trás de suas dúvidas, existe alguma certeza que negue para sim mesma. Se estou inclusa. Não, não é questão de querer, é questão de sentir. E eu sinto...
Mas como posso te dizer? Talvez eu nunca tenha te falado, o que estava errado. Esteve errado desde o começo. Aconteceu a coisa certa, no momento errado. E como o Destino, cego, eu permaneço...
Esperando o nosso momento certo.
Ou um ponto final...

Ponto.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Quando nos perdemos...


Ultimamente estou em uma onda meio nostálgica, na verdade estou tentando reencontrar o meu antigo eu, que por sinal eu adorava, era absurdamente diferente do que sou hoje, além de que meu humor era muito melhor, não tinha tantas responsabilidades e nem tinha com o que me preocupar, passava horas pintando e conseguia relaxar de tal maneira que não consigo atualmente. Naquela época o tempo parecia passar tão devagar, meus finais de semana eram longos, pela manhã assistia desenho, de tarde ia para o fliperama jogar e a noite conversava na porta de casa com os vizinhos. Nossa! Hoje é um perigo ficar na porta de casa, dê bobeira e o dono vem pra levar tudo o que você tem. Triste, muito triste.
Observando que há muito tempo já não sou quem eu amava ser, resolvi que iria me reencontrar entre os engarrafamentos ao ir para o trabalho e entre as horas que voam sem deixar resquícios de sua passagem. Decidi que deveria voltar no tempo em minhas lembranças e trazer a tona o que há muito tinha esquecido... Saudade das manchas de tinta nas minhas mãos, das cores que me pintavam, que me davam vida. É estranhamente engraçado como nos tornamos cinzas, como os prédios de concreto, quando chegamos a idade adulta, e como se já não bastasse perdemos nosso calor interno e expelimos alguém frio e oportunista... E no espelho, outro reflexo, não é mais você. Sorry!
Foi assim, me olhando no espelho, e lendo algumas agendas antigas, que me deparei com a realidade... Tinha me tornado um robô! Minhas peças foram gradativamente colocadas com o passar dos anos, e prestes a fazer 24 primaveras, verões, outonos e invernos, queria me libertar. O sentido de liberdade muda, vou logo avisando! Ter dinheiro e poder sair à noite não é liberdade se você não for liberto mentalmente. E eu estou presa, ainda, sim, presa aos erros que cometi achando que estava acertando, vestida de orgulho e prepotência, um ego enorme e alguns trocados no bolso.
Às vezes tento analisar a sociedade, e eu que sempre quis ser diferente, acabei me tornando apenas mais uma... Todos temos escolhas, eu tenho duas, me acomodar, permanecer intacta, cinza, ou me pintar novamente, e viver novamente e sonhar novamente. A melhor oportunidade... é a mudança.