terça-feira, 27 de abril de 2010

Derrama



Derrama.
Sentimento transborda
e se condensa no chão.
Palidez momentânea
esperança tardia
que se cala no "não".
Em seus olhos brilhantes
sua boca macia
que outrora saciava a mim
Agora machuca
desumana, tão exata
desatando
o FIM.



segunda-feira, 26 de abril de 2010

...


Estava eu conversando com uma amiga um dia desses, falávamos de muitas coisas e ela veio me perguntar sobre algumas dúvidas que ela tinha, mas que não tinha coragem de falar com o namorado, me propus a ajudá-la. Ela me questionou sobre sexo, respondi de forma clara e no final ela falou, “Não sei como consegues falar tão abertamente sobre sexo”, confesso que eu ri, por que já tinham me falado que não tenho pudor, e nem é o fato de se ter pudor ou não, eu não sou hipócrita e por que não falar sobre se todo mundo pensa? Por que condenar se todo mundo faz? Sinceramente acho uma perda de tempo o “mundo” ainda querer dar uma de moralista nos tempos de hoje, não que eu seja uma devassa, alias sou muito tradicional quanto certas coisas, ainda não me entra na cabeça “relacionamentos abertos”, poligamia e outras coisas, mas até que uns tapinhas as vezes caem bem... Ops, escapou!

Mas certamente o mundo está diferente e as mulheres mais ainda. Porém às vezes acho que minha mãe me criou pra lavar louças, o que eu odeio, por que desde criança sempre tive uma mentalidade de que não seria dona de casa, eu gostava de Lego e queria ter o cabelo como o da Cindy Lauper, sempre achei legal garotas tatuadas e quando fiz as minhas a única coisa que ouvi foi “Quando você tiver 70 anos elas não vão mais voar”, foi o que disse o meu pai.

Eu não sou feminista, embora as vezes haja como uma, até por que odeio rótulos, eles nos prendem a uma linha de ação e isso nos limita, e quando se tem uma mente limitada não se é livre, e eu gosto da minha liberdade de pensamento e decisão. Não precisamos ser e agir somente por que dizem ser o certo. Aliás, ruim é não falar sobre o que se gosta!



Colorido




Pra quem já conhece o meu blog, sabe que ele é uma extensão da minha pessoa, e quem me conhece pessoalmente tem certeza absoluta disso, por muito tempo tentei não transforma-lo em um "diário" porém foi inevitável, devido a uma série de problemas amorosos, acabei escrevendo as minhas dores de forma mais direta, por que querendo ou não, sempre escrevi o meu cotidiano em forma de poesias e crônicas, muitas vezes apagado, pálido. Transformei minha vida em uma novela sem final feliz, mas sempre que termina uma trama, inicia-se outra. Há quem goste das coisas que escrevo, e confesso que nunca escrevi pra alguém gostar, sempre me deliciei entre as linhas dos poemas para me sentir mais livre e sã.
O que quero dizer é que depois de um curto período onde eu não sabia mais quem eu era, acabei me reinventando, e descobri muito sobre a minha pessoa. Além de confirmar a minha chatice, descobri que existe muito dos meus pais em mim, bem mais que eu poderia supor, salve Shakespeare! Não vou falar tudo por que senão perde a graça também! (rs.)
Pretendo voltar com blog no formato de antes, da mesma forma que quero voltar a fotografar e pintar o meu cabelo de azul, mas é uma promessa que faço a mim mesma, quero ser mais independente do amor dos outros e mais dependente de mim mesma. E quero continuar a enxergar o mundo como sempre enxerguei. Colorido.


imagem: renata caraih

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Nós


E no espelho se reflete
as partes que de mim caíram no chão,
me sinto muda ao gritar,
a pele arrepia ao sentir
o silêncio doloroso que meus ouvidos temem ouvir.
Me escondo nas sombras do meu quarto,
me perco em cada trago do cigarro
em que teimo a fumaça traduzir,
mas me encontro nas cores mal pintadas
de minha aquarela já usada,
que não me deixa estar só,
por que sempre que me ausento dessa realidade,
encontro minha real verdade
que desata os meus nós.


sábado, 3 de abril de 2010

Novela - Capítulo Final

Com pesar eu venho aqui hoje escrever minhas ultimas linhas, por tanto tempo fiz desse blog uma extensão de mim mesma, descrevi aqui minhas alegrias, minhas tristezas, vitórias e sinto dizer que me deixei derrotar. Sempre soube que no final de toda batalha existem dois lados, aqueles que vencem e os que se deixam derrotar. Lutei ao máximo, fui insistente, chata e muitas vezes feri meu orgulho por uma esperança lúdica. Enfim, não tenho muito a dizer, apenas me despedir...
E essa novela chega ao fim, aqui.

Novela parte 3

São exatamente 5:24 da madrugada, não consigo dormir, há uma forte neblina cobrindo a cidade, aliás ela está ai a noite toda e eu estou aqui na sacada do prédio do meu tio, escrevendo. Não estou adaptada com o teclado do notebook da minha prima, então relevem os meus erros por favor. Não consigo fechar os olhos, juro que já tentei, mas não adianta, é um misto de choro engasgado e lembranças amarrotadas, que nao poderei esquecer. Quem dera pudessemos deletar alguns arquivos de nossos pensamentos, seria mais fácil e menos doloroso. Nunca pensei que doeria tanto tomar uma decisão, dizer "adeus" "nunca mais", mas como eu já falei aqui, muitas vezes dizer apenas "não" não é suficiente, é preciso por um ponto final. É realmente difícil para de insistir, principalmente quando se é uma pessoa teimosa como eu, mas não é impossivel. Estou aqui observando o horizonte apagado, na verdade ele está perdido entre a névoa, quase 6 da manhã e não consigo enxergar os prédios vizinhos. Fiquei imaginando nesse momento se essa névoa densa não poderia ser a materialização dos meus sentimentos, talvez sim ou não, talvez meus sentimentos já estejam claros, derramados em um ralo qualquer...

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Novela parte 2

Não é o fato de não querer mais se apaixonar, até por que isso não é escolha, mas se permitir envolver é algo que podemos decidir. Confesso que ando meio depressiva ultimamente, isso pode ser muito bem observado nos meus escritos, mas veja bem meus caros amigos, duas semanas que eu melhoro e logo paro de escrever nesse humilde blog, de certo, essa melancolia que me aflinge é parcialmente construtiva. Sempre digo e repito, sou uma poeta falida, sim, eu sou! Falida de amores, por que só um já me complica até ao paraíso que com certeza nunca conhecerei. Sou uma pessoa movida por sentimentos, posso negar isso milhares de vezes, mas faz parte da minha essência. Confesso que como todo humano eu cometo erros, não sou de me arrepender por eles, e também nunca disse que sou perfeita, mas me conheço o suficiente para dizer que estou chegando ao limite, quase cruzando uma linha de onde não terá volta. Intensidade é o meu combustivel!