sábado, 25 de setembro de 2010

She's lost control... again!

"Não nasci para o amor, nasci para os negócios." De uns tempos pra cá, ando repetindo essa frase com bastante frequência. Não sou uma pessoa que mente, abomino essa prática, na verdade sou extremamente sincera, quando tenho algo pra falar eu falo, algumas vezes omito, por que tudo tem o seu momento certo para ser dito. Odeio perder o controle sobre mim mesma, eu gosto de ter o controle, gosto de pensar antes de agir, mesmo que minha impulsividade me tire da reta. E quando perco o controle sobre mim, depois de 6 doses de tequila, acabo sendo sincera demais. Não sei até que ponto isso é um defeito ou uma qualidade minha.
Sempre fui a nerd na escola, sentava na frente, uso óculos desde os 6 anos de idade, prestava atenção na aula por que nunca gostei de estudar em casa, comecei a escrever por que queria ser escritora, pensava que talvez assim, as pessoas como eu poderiam me ler, e assim eu seria "ouvida". Sofri bullying muitas e muitas vezes. Era o patinho feio, a estranha que ficava lendo na hora do recreio, que escrevia poesia, que desenhava e adorava astronomia, que queria ser Jedi.
Passei 8 anos da minha adolescência tomando remédio, contrai um úlcera por conta disso, eu tinha  uma doença que fazia eu perder a melanina da minha pele, ela parecia que tinha sido queimada quando eu ia pro sol, fiz exame pra ver se era vitiligo, hanseniase, nunca nenhum médico descobriu o que era, só o que sei é que eu não podia pegar sol, não saía sem roupas de manga comprida e se calça, aprendi a ter vergonha do meu corpo, de mim, por que as pessoas me olhavam torto, eu era uma aberração. Lembro que as pessoas perguntavam pra minha melhor amiga no colégio, por que ela andava comigo, já que ela era linda. Eu queria ser jornalista, hoje ela é jornalista por causa de mim, e nem sei por onde ela anda, só sei que se formou na Universidade Federal. E o meu melhor amigo, que me protegia quando me apontavam, que me ouvia, que me entendia, faleceu quando a gente estava no 3º ano do ensino médio. Eu não falo pra ninguém, mas eu sinto tanta falta dele, enterrei um pedaço de mim naquele mês de agosto.
Fatalmente, perco as pessoas que amo. 
Esse ano perdi meus tios mais próximos, e a pessoa que mais amei até hoje, ainda a amo, minto pra mim dizendo que não, mas ainda a amo do mesmo jeito que amava quando percebi que a amava, o mais engraçado, é que eu sempre corri atrás das pessoas, e dela não, isso me frustra. Por que eu me arrependo e fico me punindo por não ter feito como antes e ter deixado o orgulho me subir a cabeça. Não a vejo há 5 meses, 10 dias e 5 horas, não tinha contato algum fazia 2 meses e hoje eu liguei, por que eu não lembrava mais da voz dela, e mesmo que tentasse lembrar não conseguia, eu liguei só pra ouvir a voz dela, ela já está com outra, já deve amar a outra. Sei que meus amigos vão ler isso e dizer que estou sendo fraca, mas o que é ser fraca? Fui fraca por não ter seguido meus instintos, por ter a deixado escapar. "Ela é cheia de defeitos" me diziam, mas eu também sou. Sou egoísta.
E consequentemente isso me isola.
Talvez eu volte a ser uma aberração. Estou desabafando, por que talvez minha doença tenha voltado, e sinto que no fundo eu ainda sou aquela menininha nerd, pronta pra sofrer o próximo bullying.
Ontem eu perdi o controle.
Magoei e fui magoada. Sheakespeare dizia que não é por estar com raiva que temos o direito de ser cruel com os outros. Me desculpe pela sinceridade.
Na verdade somente tive certeza de que nunca perdi o controle, por que nunca o tive.

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