quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Ela não sabia amar


Ela não sabia amar, nem se poderia amar.
Pensava somente em si mesma, passava dias e noites escrevendo sobre algo que desconhecia, fantasiando tudo aquilo que lemos nos contos de fadas e que no fim das contas só serve para quebrarmos a cara. Lia montanhas de livros tentando entender o que não sentia, e compreender o porquê de relacionarem tal sentimento com dor! Por que pessoas dizem matar por amor? Por que algo que traduzem como “divino” as fazem chorar?
No fundo ela só queria sentir... mas não sentia.
Passava horas olhando para o teto, em busca de respostas, mas nenhuma caia do céu em seus braços. Tentava achar lógica para o que não existia razão, e equacionar a emoção.
Beijava bocas, sentia curvas, se deliciava com vários gostos, e nenhum realmente a fazia sentir.
Ela tinha medo, temor do que desconhecia, ou talvez já tivesse conhecido, porém... esquecido.
Se protegia atrás de uma máscara, uma névoa ao seu redor, impenetrável. E quando percebia que estava em perigo, Ela simplesmente fingia que nada podia a tocar.
Ela não era tão egocêntrica, nem egoísta como em seus auto-retratos, muito menos tão fria e gélida. Na verdade existia um coração ardendo por trás de palavras tão técnicas e piadas sem nexo. Existia alguém com todas as perguntas respondidas, mas que as escondeu em algum lugar, para Ela mesma não achar.
Na verdade... Ela amava demais!


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