quarta-feira, 15 de junho de 2011

Espanca

"A vida é sempre a mesma para todos: rede de ilusões e desenganos. O quadro é único, a moldura é que é diferente."
   Sábias palavras de Florbela*, ela que consegue me traduzir entre suas linhas, tão doce e amarga, talvez seja isso o que sou, talvez eu seja feita de dualidades, de pluralidades, deve ser por isso que todos os dias sou todos e não me encontro em ninguém. Penso que talvez se fosse mais corajosa, se parasse mais de me afogar em goles de bebidas baratas eu pudesse ser alguém, para alguém, mas não sou, nunca fui e talvez, se é que existe "talvez", nunca serei nada além de um borrão de tinta em uma página mal escrita.
   Afogo minhas mágoas, e como disse Frida, "as diabas aprenderam a nadar", e nesse momento consigo apagar 80% da minha solidão, seria ótimo se o restante não fosse auto piedade. Não sou nenhuma filósofa, sou apenas um ser pensante, em movimento, minha mente não pára, não mente, como orgasmos entre pernas de seda.




*florbela espanca



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