segunda-feira, 23 de janeiro de 2017
Planta
A planta que você me deu naquele lindo vaso morreu.
Assim como o sentimento que tinhamos, ela foi murchando e sem nada para alimentá-la, nem água, nem sol, ela definhou.
Perdeu os lindos tons de verde, suas folhas, agora esquias em um tom marrom escuro prestes a virar nada.
O amor que você me deu naquele lindo fim de primavera morreu.
Assim como a plantinha que um dia tive, ele foi se esvaindo e sem nada para alimentá-lo, sem zelo, nem cuidado, ele definhou.
Perdeu os lindos tons de nossos olhos ao acordar, vigilantes de nós mesmas, agora frio e pesado, escuro, prestes a virar nada.
segunda-feira, 9 de janeiro de 2017
Absolutamente nada!
Vai fazer 8 anos que criei esse blog. Comecei a escrever aqui aos 22, vejam só, eu aos 30 retornando. Comecei a escrever aqui meus anseios, lutas pessoais que travo comigo mesma desde a infância. Naquela época por não acreditar que precisasse de um psicólogo, precisava colocar pra fora tudo o que me doía. Eu não falava. Vomitava! Cada sentimento dolorido, cada gota de mágoa e angústia que me afogava. Ainda afoga. Mas agora vejo que é diferente. Acho que com o tempo os sentimentos calejam nossa alma assim como as pontas dos dedos ao tocar demasiadamente um violão de cordas de aço, semi cortantes. E assim como as cordas, os sentimentos podem ferir ou aliviar.
Há quase 5 anos comecei a fazer análise. Precisava me compreender. Nunca aceitei tomar remédios para controlar meus sentimentos. Então a terapia me ajudava a conter todo o mal que eu mesma me fazia. Esses sentimentos sempre tão intensos me sufocam, a cada dia, me matando. Me sinto impotente. Não só diante da vida, que já percebi não ter o mínimo de controle, mas de mim mesma. Com o tempo fui deixando de escrever. A princípio pq a terapia estava me ajudando e pela falta de tempo. Eu estava morando no Rio de Janeiro e fazia tantas coisas. Me sentia viva, mesmo que por algumas horas na semana, quando estava patinando. Mas com o passar do tempo parei de escrever pq aprendi a me bloquear, a não sentir. Era mais fácil não sentir. Aliás, é!
Chega uma hora que cansa, de correr atrás, de usar todas as forças para que algo dê certo. Cansa mostrar interesse e não tem retorno. Qualquer tipo de relacionamento precisa ser recíproco, seja amoroso, familiar ou profissional. Se só uma das partes tem interesse em fazer dar certo, nunca dará. Então nossas forças vão se esvaindo, definhando, até o momento que vc percebe que não há por que vc se doar tanto pra aquilo, não é recíproco. E você se bloqueia. Constrói um muro gigante a sua volta, onde não existe nada, além de um cotidiano vazio. Você resolve abdicar dos sentimentos que te faziam se sentir viva em troca de não sentir mais o que te matava por dentro. Então você passa do estado de alguém que vive, para alguém que existe. E se contenta com isso. Por que você perdeu a fé nas pessoas, talvez tenha perdido a fé em si mesmo.
Oito anos se passaram, e dentro de mim, não há absolutamente nada!
sábado, 3 de outubro de 2015
Quebrada
As vezes nos sentimos quebrados por tanto tempo. Quando tudo parece estar perdido. Quando nada mais faz sentido, quando já não há esperança em nada. As vezes nos sentimos quebrados, por que precisamos descobrir que alguém pode nos ajudar a juntar todas as peças que estão fora do lugar, a montar o quebra cabeça de nossas vidas, e nos consertar.
Quanto me senti mais vazia, quando me senti mais incompleta, você roubou todas minhas chances de me manter inerte. Quando você descobriu quem eu era e como me sentia, já não me senti mais sozinha. Sim, você roubou todas minhas chances de ser infeliz, e jogou pra longe de mim.
Percebo que a cada dia que passa, a cada sorriso que recebo, cada piada boba e sem graça, já não pertenço somente a mim. Meus sorrisos são tão teus quanto os teus são meus.
Já não me sinto sozinha.
Já não me sinto sozinha.
Mas o passado vem e assombra, todos os traumas, memórias. Meus pesadelos, e agora? Já não sei lidar. E amar esse amor tão forte, que me faz tão completa, que chega a transbordar, me deixa perdida, já não sei se nado, ou se me permito afogar.
E eu te peço perdão, enquanto você diz "vai devagar".
E eu te dou minha alma, te dou o meu corpo, te dou o meu tudo, já não sei mais o que posso te doar.
Eu sou estranha, sem sentido, daquelas que dizem "não" quando "sim", daquelas que sorri quando na verdade chora, o choro preso dos que não sabem se expressar, dos que não sabem ser, não por não sentir, mas por amar.
Então me perco, e me mantenho quebrada, não por você não me consertar. Porém o meu medo de doer, de sangrar, as vezes me faz partir, sem nem mesmo tentar...
terça-feira, 8 de setembro de 2015
Só.
Chega de ser tão intensa.
Me sinto cansada de viver como se fosse o último dia.
Cansada de viver
Meus últimos dias
Talvez devesse só ser como meus pais sempre quiseram. Talvez devesse ser tudo isso. Uma casa, uma carreira, algo, alguém e só.
Talvez devesse ser alguém... Só.
segunda-feira, 24 de agosto de 2015
Bloqueio
Por anos me mantive bloqueada. Por quatro anos não me permiti sentir absolutamente nada. No início é sempre difícil, por mais que vc não queira, sempre acaba sentindo algo, geralmente mágoa pelo o que aconteceu, depois ódio de si mesma por sentir amor, até que você vai tentando esquecer toda a sensação que esses sentimentos tem sobre o seu corpo. É, é isso, é a parte mais difícil.
Geralmente você começa bloqueando o que sente só por uma pessoa, com o tempo, sem nem mesmo perceber começa a bloquear as demais. É complicado. Depois de um tempo percebi que estava me bloqueando até pras pessoas mais próximas, como pai, mãe, irmãos. É duro, e dói. Mas dor é sentimento, então me permitir esquecer isso também.
Dizem que artistas são pessoas problemáticas, que eles são intensos, impulsivos... Ser assim, sentir demais é como enfiar uma faca em si mesmo. Sentir qualquer coisa, principalmente amor, dói. Deve ser por isso que ninguém gosta de dizer que ama. Pessoas românticas são vítimas de sua própria essência. Já cansei de ser meu próprio carrasco. É difícil, é sempre difícil, ter que escolher entre sentir e se bloquear. Durante os anos que me mantive bloqueada não produzi absolutamente nada, nenhuma música, nenhum quadro, nenhuma poesia, nada. Mas foram os anos em que tive paz, por que eu estava tão vazia, que me fiz acreditar que essa quietude só poderia ser paz.
Era um silêncio amargo em meu peito, uma ilusão cabida, necessária.
Ao me desbloquear eu voltei a cair nos mesmos erros de todo romântico. Sair de um bloqueio desses pode ser tão traumático quanto o parto é para um bebê que sente o ar em seus pulmões pela primeira vez. Sofri novamente, chorei novamente, cai novamente...
E lá estava eu mais uma vez sentindo aquele turbilhão, aquele fogo me queimando, aquela dor.
Já não sei se consigo continuar assim, por que não tenho mais controle nenhum sobre o que estou sentindo. Pensei que tivesse, mas não tenho. Quando menos esperei já estava completamente mergulhada, submersa. Não consigo mais controlar. E amor, por vezes dói.
Preciso me desconectar, só mais essa vez... Pra sempre...
quinta-feira, 6 de agosto de 2015
Ela não sabia amar
Ela não sabia amar, nem se poderia amar.
Pensava somente em si mesma, passava dias e noites escrevendo sobre algo que desconhecia, fantasiando tudo aquilo que lemos nos contos de fadas e que no fim das contas só serve para quebrarmos a cara. Lia montanhas de livros tentando entender o que não sentia, e compreender o porquê de relacionarem tal sentimento com dor! Por que pessoas dizem matar por amor? Por que algo que traduzem como “divino” as fazem chorar?
No fundo ela só queria sentir... mas não sentia.
Passava horas olhando para o teto, em busca de respostas, mas nenhuma caia do céu em seus braços. Tentava achar lógica para o que não existia razão, e equacionar a emoção.
Beijava bocas, sentia curvas, se deliciava com vários gostos, e nenhum realmente a fazia sentir.
Ela tinha medo, temor do que desconhecia, ou talvez já tivesse conhecido, porém... esquecido.
Se protegia atrás de uma máscara, uma névoa ao seu redor, impenetrável. E quando percebia que estava em perigo, Ela simplesmente fingia que nada podia a tocar.
Ela não era tão egocêntrica, nem egoísta como em seus auto-retratos, muito menos tão fria e gélida. Na verdade existia um coração ardendo por trás de palavras tão técnicas e piadas sem nexo. Existia alguém com todas as perguntas respondidas, mas que as escondeu em algum lugar, para Ela mesma não achar.
Na verdade... Ela amava demais!
quarta-feira, 5 de agosto de 2015
Caminhando entre brasas
Nenhum lugar me pertence, como se minha alma fosse livre, que de tão livre se sente presa nas amarras da vida. Como se o mundo fosse tão pequeno, como se nenhum lugar ou alguém pudesse me completar. Então sigo assim, perdida, acreditando que posso me encontrar em cada boca que beijo, em cada olhar, em cada mão que possa percorrer meu corpo.
Mas não.
Busco sentido no óbvio? Pq eu mesma não tenho sentido, não tenho significado. Talvez por não saber a própria significância de minha existência, tenho a necessidade sufocante de ler cada pessoa em suas entrelinhas. É desesperador conseguir compreender os outros e não conseguir compreender a si mesma. Uma dádiva ou um fardo? Talvez não tenha uma resposta para isso.
Já não me escondo como antes
Já não me importo como antes.
Mas ainda sim há algo em mim, como um chama que não me deixa congelar, algo que me diz para seguir adiante, sem olhar pra atrás e nunca desistir. Meu otimismo me mantem sã, enquanto minhas esperanças são afogadas em cada gole de cerveja.
Me abraço a inebriante mentira de que não preciso de ninguém, buscando ser lúcida nos não tão raros momentos de embriaguez.
E nesse ciclo, continuo caminhando entre brasas, que já não me queimam mais...
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